O Governo Federal anunciou, por meio do Ministério da Fazenda, na segunda-feira (27/02), a retomada da cobrança de impostos sobre combustíveis. O valor cobrado é de R$ 0,47 do litro da gasolina e R$ 0,02 do litro do etanol. A mudança gerou um pico de postagens no Twitter sobre a gasolina. Um levantamento do software da #VoxRadar, registrou em 28/02 a maior marca de citações ao termo “gasolina” desde o final do segundo turno, portanto, desde o mês de novembro de 2022.
Foi registrado também o maior índice de conteúdos negativos sobre a gasolina dentro do mesmo período. A comparação entre conteúdos positivos e negativos sobre determinado tema foi realizada por meio do software da Vox Radar. Fica evidente o pico vermelho no gráfico abaixo, marcando o crescimento de postagens negativas envolvendo o combustível no Twitter.
Desde o anúncio da retomada da cobrança dos impostos até a sexta-feira (03/03), ocorreram mais de 36 mil publicações, feitas por 26,1 mil usuários, e compartilhadas quase 93 mil vezes no Twitter.
Preço e Lula dominam conteúdos sobre gasolina
Entre os temas mais abordados nos posts, comentários e compartilhamentos, o de maior impacto foi o preço do combustível.
Em seguida, aparecem conteúdos envolvendo o presidente Lula (PT) e materiais abordando o impacto do aumento do combustível na vida da população mais pobre do Brasil.
Houve também muitos conteúdos sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), creditando a ele o “problema”, uma vez que Bolsonaro, na visão da militância virtual ligada a Lula, teria diminuído o preço da gasolina como uma medida eleitoreira em busca da reeleição.
A inflação, o papel da Petrobras no aumento, a participação de Fernando Haddad (ministro da Fazenda) na decisão da reoneração e o impacto que o aumento do preço da gasolina terá sobre o preço dos alimentos foram alguns dos outros temas que apareceram com destaque no debate realizado por usuários do Twitter.
Vale ressaltar que alguns conteúdos abordam mais de um dos temas elencados abaixo.
A Vox também verificou os emojis mais utilizados nos conteúdos na semana da reoneração. Eles evidenciam a insatisfação dos usuários com o fato.
As figuras utilizadas também sugerem forte tom de ironia nas publicações, com o rosto de palhaço sendo o mais utilizado, seguido por rostos gargalhando.
Entre as postagens com mais engajamento, fica clara a predominância de uma visão que busca responsabilizar o presidente Lula pelo aumento do preço. Entre as cinco publicações com mais interações, apenas uma tem viés pró-Lula, utilizando comparação com Bolsonaro.
A postagem que liderou em impacto dentro do período de análise foi feita pelo senador Sergio Moro (União/PR), que tentou colocar o aumento no preço como uma tentativa do Governo Lula de jogar sobre a população um suposto alto custo do seu governo, que conta com 37 ministérios “para os amigos”, de acordo com Moro.
Por fim, a Vox verificou gênero e geolocalização dos perfis que postaram sobre gasolina desde que a retomada dos impostos foi anunciada. Isso é possível por meio da verificação do software da Vox Radar das informações oferecidas pelos usuários em seus perfis na rede.
Os perfis do gênero masculino foram ampla maioria no debate sobre a gasolina, com quase 80 por cento do total de publicações efetetuadas sobre o tema.
Já entre as cidades que mais abordaram gasolina na rede, a capital São Paulo liderou, seguida por Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte.
Há presença de capitais de todas as regiões do Brasil entre as 10 cidades que mais abordaram o tema. Com Manaus representando o Norte, Porto Alegre como representando do Sul, além de Salvado, Fortaleza e Recife como as capitais nordestinas que mais abordaram a reoneração dos combustíveis.